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Instituições portuguesas de biomédica mostram maior abertura sobre a investigação animal


Num relatório publicado hoje, as instituições portuguesas de investigação biomédica mostram uma melhoria encorajadora da sua abertura na discussão pública sobre a utilização de animais em investigação.


O segundo relatório de avaliação do Acordo de Transparência sobre a Investigação Animal em Portugal, que inclui as 19 instituições signatárias, do setor público e privado de investigação biomédica, mostra que, em 2021, apesar das restrições causadas pela pandemia COVID-19, se continuaram a criar mais oportunidades para o público ter um acesso fácil a informações sobre a utilização de animais para fins científicos.


A implementação do Acordo, coordenada pela European Animal Research Association (EARA), baseia-se em quatro compromissos das instituições signatárias, sendo que os três primeiros se referem à promoção e melhoria da comunicação interna e externa, e o último se refere a um compromisso de partilha pública dos resultados deste acordo.


Todas as instituições signatárias relataram algumas evidências de comunicação proativa com o público sobre a experimentação animal, principalmente através de notícias partilhadas nas redes sociais. As conquistas mais notáveis ao nível da melhoria da abertura e transparência em 2021 foram:


· A maioria (95%) relatou a publicação de notícias sobre descobertas científicas, onde foram utilizados modelos animais.

· 84% têm uma declaração de posição sobre a investigação animal que realiza disponível no seu website – no ano passado apenas pouco mais de metade (53%) das instituições reportaram ter esta declaração.

· 78% mencionou a realização de entrevistas em colaboração com a comunicação social.

· 79% mencionou a organização de dias abertos com espaço dedicado à experimentação animal.


Alguns exemplos de abertura:

- “Transparency Thursday” – Inês Preguiça (iCBR) e Raquel Boia (iCBR)

- Redes sociais – Instagram (NMS), Podcast “Sem Espinhas” (CIIMAR)


No entanto, existem áreas que exigem ainda uma atenção especial:

· Cerca de dois terços das instituições (63%) disponibilizam imagens dos animais utilizados, o que representa aumento face ao relatório anterior (41%).

· 37% incluem nos seus websites os dados estatísticos sobre o número de animais utilizados.

· Atualmente, apenas um terço das instituições inclui os resumos não técnicos de projetos autorizados nos seus websites, deixando uma margem considerável para melhoria.

O diretor executivo da EARA, Kirk Leech, congratulou-se com o relatório: "É muito bom ver que as instituições portuguesas estão a fazer grandes esforços para melhorar a sua comunicação com o público e para sensibilizar para a importância da investigação biomédica que utiliza os animais para a sociedade."


Ana Isabel Moura Santos, da NOVA Medical School, representante do Acordo de Transparência português, afirmou: “Este acordo levou a uma mudança de cultura nas instituições signatárias permitindo que em Portugal a Sociedade tenha já muita informação disponível. Temos cientistas mais preparados para falar sobre as suas linhas de investigação e apresentar os seus resultados de uma forma mais simples e clara para pessoas de fora do meio científico”.


A publicação do relatório coincide com o campanha global de abertura na comunicação sobre a experimentação animal - #BOARD22 - Be Open About Animal Research Day, que conta com a participação de muitas instituições portuguesas a partilharem os seus mais recentes exemplos de comunicação científica sobre investigação animal.


O Acordo de Transparência em Portugal, iniciado em 2018 inclui maioritariamente universidades e centros de investigação, e é um dos sete acordos na Europa (Reino Unido, Espanha, Bélgica, França, Alemanha, Países Baixos).


Algumas áreas de investigação continuam a nem sempre ter alternativas aos modelos animais. O desenvolvimento de vacinas como por exemplo para COVID-19 ainda depende uma fase de testes em organismos completos. A investigação biomédica contribui com avanços científicos que chegam a salvar muitas vidas recorrendo a modelos animais.


Para mais informações contacte o Gestor de Comunicações da EARA, Bob Tolliday, M: +44 (0) 77 1552 5535.

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Notas aos editores

De acordo com os últimos dados, em 2020 foram utilizados 65.966 usos de animais para fins científicos e pedagógicos em Portugal – os animais mais utilizados foram ratos, ratos e peixes (99,3%).

O Acordo de Transparência compreende quatro compromissos:

· Compromisso 1: Seremos claros sobre quando, como e porquê usamos animais na nossa investigação

· Compromisso 2: Vamos melhorar a nossa comunicação com os media e com o público sobre a nossa investigação com animais

· Compromisso 3: Seremos proativos em fornecer oportunidades para o público descobrir mais sobre a nossa investigação com animais

· Compromisso 4: Vamos relatar o progresso relativo ao cumprimento deste acordo anualmente e partilhar as nossas experiências

Sobre a EARA

A European Animal Research Association (EARA) é uma organização que comunica e defende a investigação biomédica utilizando animais e fornece informações precisas e baseadas em evidência. A EARA tem 135 organizações parceiras, incluindo organismos de investigação privados e públicos, universidades, associações e fornecedores biomédicos regionais e nacionais, em 21 países europeus.


A visão da EARA é reforçar a compreensão e o reconhecimento da investigação que envolve animais em toda a Europa, permitindo um diálogo mais construtivo com todas as partes interessadas e um clima mais eficiente para a investigação na Europa www.eara.eu

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